22 de dezembro de 2006

Decepção

Tristeza é pensar que o sucesso não depende só de mim...


Já tenho uma novas decisão para Janeiro. Continuar dando aula valhe a pena?


Será que sou tão boa que faço dois alunos, que tanto amo, repetirem?


Não sou boa no que faço. Essa é a maior decepcção. Decepcionada com o meu fracasso. Meu amor e minha dedicação foi incapaz de torna-los melhores....Prova de que não fiz o melhor.....

Não sei mais se quero continuar dando aula.... Não sei mais...... Não sei nada mais.....

13 de dezembro de 2006

O mais-que-perfeito



Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora...)
Ah, quem me dera ir-me!

Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes...
Ah, quem me dera amar-te!

Ah, quem me dera ver-te
Sempre ao meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais: cuidado...
Ah, quem me dera ver-te!

Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te...


(Vinícius de Moraes)

11 de dezembro de 2006

Dicionário do coração

Decepção: Palavra que designa precipitação das espectativas.


Assim as decepções se constroem...


Colocarei a minha ansiedade de castigo.

6 de dezembro de 2006

Wonder land.....



Perdida nas maravilhas
Encontrei tristezas e alegrias,
A beleza do mundo
E todas as escondidas magias

Conheci estranhos seres
Suas vidas e seus erros
Mas ainda que não entendesse
Busquei alguns segredos

Renasci nas sensações
Redescobri a grande razão
De compreender os jargões
E navegar na ilusão.

(Maíra)



Uma faculdade de física, um livro na cabeceira e um coração em pandarecos conseguem produzir poesia psicodélica... vai entender....

1 de dezembro de 2006

Inesperado

Sabe quando a felicidade bate a porta?

Ela bateu, disse "Boa Noite, Senhorita", sentou no sofá, conversou comigo por horas e no fim perguntou: "Quer minha companhia? Não pretendo mais sair de sua vida. O que acha?"

Aceitei e não me arrependi.

Ela ainda trouxe presentes.... Um presente de 1,80m, moreno, forte e sensual..... Hahahahaha

Brincadeirinha.... Ou não.... Quem sabe.....

4 de novembro de 2006

Ainda sem título

"Nenhuma dor foi capaz
De apagar os sonhos de infância,
De quebrar a força da esperança,
De tornar-me mais infeliz.

Sou uma força arisca,
Um suspiro desconcertado,
Um atalho quase raro,
Que a infelicidade não previu.

Cai, chorei, quase desisti.
Já caminhava para o fim.
A surpreza foi que nada surgiu em mim.
Só o sorriso! Um sorriso de vitória,
Vitória de um amor descoberto,
O amor por mim.

Agora sou pedra, sou suspiro
Não sofro, não morro, apenas respiro.
No pior da dor, em tudo me transformo.
Pois é no descanso, que eu me renovo"




Depois de muito tempo, a poesia resurgiu.... A felicidade foi descabida... Quase um êxtase de ideiais....

17 de outubro de 2006

Decepção

Nunca diria que a vida decepciona, vida é presente de Deus e ele não é decepcionante. Mas algumas coisas que se passam em minha vida são decepcionantes.

As pessoas, de inicio, pensarão que falarei de homens. Eles não são decepcionantes, são apenas previsíveis, sempre é possível saber o que eles pensam, basta ser atenta.

Mas eles não são o assunto. Diria que decepcionante é a família, são os amigos, são os projetos. Só acho que amigos decepcionam pq no fundo, achamos que eles leêm nossa mente, as vezes não nos damos ao trabalho de falar as coisas.

Mas a família.... quanto decepciona. Ao ponto de me fazer sentir sozinha. Mesmo aqui ou em qualquer outra casa de alguém da família, nunca me sinto confortável. Sou sempre a estranha, a que não entende as piadas, a que não gosta dos presentes (talvez pq eles nem se dão ao trabalho de perceber o que gosto).....

Decepciona perceber que estou sempre sozinha.... Decepciona viver perto de algumas pessoas.

15 de setembro de 2006

Retornos

Algumas lembranças são crueis. Durante a adolescência lembro de traduzir uma musica (musiquinha idiota, antecipo logo) chamada my all e na musica tinha um termo que me marcou....

Dizia "you are emblazoned at my mind". Emblezoned, resumidamente, significa ficar estampado, como se fosse uma ideia fixa. Essa palavra me marcou pq ela reune a sensação e a ação de um pensamento obcessivo que não dá descanso e permanece pairando na mente e implorando para ser visto sempre.

A tristeza, quando tem uma causa, é assim. Stay emblazoned at my mind. It's a little sad think i'm obcessive with some sadness, that sometimes seem to be bigger than me.... Any way, in portuquese is better...

A tristeza vai e volta. Luto contra ela, todos os dias.... As vezes ela tenta dominar. Mas reuno forças e a espanto. Mas atualmente encontro-me em um paradoxo desconcertante. Estou triste, de verdade, de chegar a chorar quando sozinha, mas ao mesmo tempo, estou mais forte que nunca, estou mais certa da felicidade do que nunca estive.

Cheguei a me perguntar se a tristeza fortalece. Essa é a unica explicação para o que passo. Entretanto, algumas mudanças senti e as permeti permanecer. Vejo-me cada vez mais distante das pessoas, no fundo, tenho realmente preguiça das pessoas, as vezes são tão cansativas. Mas quanto mais me distancio, mais sinto falta delas. Isso ajuda a aumentar a tristeza.

Sinto que a cada instante o amor da minha vida se distancia. Sei que ter um amor pra toda vida não é essencial para felicidade, mas um companheiro seria bem vindo, sinto cada vez mais falta de um porto seguro na vida. Mas não consigo enchergar um porto em ninguém. Não que não possam ser, mas talvez pq todo mundo entra em um relacionamento com tanta cautela que acaba nunca baixando a guarda e nunca permitindo nos conhecermos por inteiro..... Isso tb me cansa, e, certamente, aumenta minha tristeza.


Nem sei mais o motivo da tristeza, a depressão que tive insiste em voltar, mas o que mais me encomoda é eu não conseguir mudar isso. Um dia chego lá.....

12 de setembro de 2006

Novos Rumos




A mente segue rumos desconhecidos.

Segue para desertos, para tempestades, para lugares ermos....

Tão ermos que me amedronto. Mas sigo.

Sigo pq prefiro o desconhecido do que voltar para onde estava....

Prefiro novos desafios do que as dores do passado....



Enfim, sigo.....

24 de agosto de 2006

Acordar.....


Em algum momento tenho que acordar do sonho..... Mas nem sempre gosto da realidade que aqui vive.... Quero voltar para o fim do arco-íris....

Lá tudo tem cor
lá tudo sorri
lá sou feliz
lá tem alguém que me diz:
Eu te quis! E sempre hei de querer......

Mas aqui, quem me quer é a solidão....
Ela se algemou na minha alma....
Quero voltar a minha Pasárgada....


Sonhando enfim.... Voltarei a dormir.... Enquanto isso, tento dar Adeus a solidão.....




Adeus!

2 de agosto de 2006

Não chore, Homem

"Você me dá muito pouco,
eu vou embora
o que você me deu vou jogar fora
O que presta pra mim é afeição

Eu vou tentar ser bem mais competente
na escolha da próxima paixão,
meu bem
próxima paixão,
meu bem,
proxima paixão
meu bem,
próxima, próxima, próxima...

Eu quero alguém bem melhor e mais bonito
Alguém que nem você eu não preciso
o resultado disso é solidão

Eu vou tentar ser bem mais competente
na escolha da próxima paixão,
meu bem,
próxima paixão,
meu bem,
próxima paixão,
meu bem,
próxima, próxima, próxima...

Não chore homem, não chore homem
Não chore homem, não chore homem

Mas, as coisas não são assim
não é vovó,
São coisas que a gente não escolhe nunca
as coisas do coração, não é vovó
elas são como são a gente muda

Amanhã não quero confundir, atração sexual
com ilusões de amor puro
com ilusões de amor puro
Amanhã não quero confundir, atração sexual
com ilusões de amor puro
com ilusões de amor...

Não chore homem, não chore homem
Não chore homem, não chore homem

Não chore homem..."

(Vanessa da Mata)


Dá uma vontade de dizer isso as vezes... Adorei essa música assim que ouvi! E tantas vezes ela tocou no meu player mas nunca tinha ouvido de fato... pra tudo: várias primeiras vezes...

31 de julho de 2006

27 de julho de 2006

4° motivo da rosa



Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

(Cecília Meireles)

20 de julho de 2006

Late Ilusão

"Em noite de lua cheia
geme ao meu lado o meu cão
acabado de chegar
late ilusões ao meu ouvido
e meu sentido
diz que ele veio pra ficar.

Mas a vida passa e vira
páginas da folhinha
o que era cheia e domingo
foi minguando em segundas e terças
e meu homem, minha besta
voltou novo e repetido
como se fosse ficar até sexta
três dias de ele chegando de madrugada.

Três dias de ele nadando na minha água
Conversas de homem e mulher
beijo na boca
tirar a roupa
novos latidos de ilusão no meu ouvido.

Meu homem partiu na derradeira manhã
todo agradecido
dos momentos de amor que uivou comigo
eu fiquei lua sozinha no céu com aquela saudade amarela
e ele na terra cantando latindo partindo
uivando pra ela. "


(Elisa Lucinda)

Quantos cães ainda latem pela vida feminina..... Mas todos cães..... Nunca mais que isso.

17 de julho de 2006

"Dois amantes felizes não têm fim nem morte,nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,são eternos como é a natureza".




(Pablo Neruda)

13 de julho de 2006

"vão é tudo
que não for prazer
repartido prazer
entre parceiros


vãs


todas as coisas que vão"


Leminski




Faz lembrar que só o q fica me valeu a pena

8 de julho de 2006



A noite hipnotizou os viajantes do amor! Amor a vida, amor a Deus, amor aos amigos que compraram o terreninho no coração da narradora....



Prometi libertação e me surpreendi com o resultado, meu peito se libertou do passado, das lágrimas, mas maselas! Apaixonei-me por mim! Quer saber o melhor?! Todo mundo resolveu aderir a minha paixão....



Muitos sábados na memória!

20 de junho de 2006

O coração quando se pronuncia diz: "Liberta-te"


Boa menina, obedeço......




Libertem-se

17 de junho de 2006

"Quando sonhar junto é ilusão, sonhar sozinho se torna decepção"

E como a a minha imaginação é decepcionante...

15 de junho de 2006

Fruto da Insônia




Estava eu a pensar nesse universo felino que permanece a me encantar. Percebi então que o encantamento tem razão de ser. Razão fundamentada num comportamento sutil que permaneço perpetuando; quer seja inconscientemente, quer conscientemente.

Ainda que tratem os felinos como traiçoeiros (e assim o fazem), eles não chegam a assumir o adjetivo. Sua natureza é da sutileza da natureza do homem, posto que eles saem da previsibilidade, como não acontece com os caninos.

Sua característica mais peculiar está no fato de ter essa “personalidade” que costumam citar e que, conseqüentemente, acaba por afastar os mais medrosos, ou posso chamá-los (porque não?) de preguiçosos. No âmago, esperam um comportamento que se assemelhe ao canino.

O interessante é que o maior atrativo nesse universo é de fato a imprevisibilidade da relação com um felino, mas falo por mim nesse momento. O que me atrai é a possibilidade de surpresas, que, em sua maioria, são prazerosas.

Percebi então uma característica do homem, um tanto quanto decepcionante, por assim dizer, pois este espera um modelo rígido, estático e imutável de tudo que o rodeia. Assim o somos com os animais e, pior ainda, o somos com os outros.

Talvez este seja o tendão de Aquiles das relações humanas. Se não encaixarmos o outro em um modelo, não sofreríamos dizendo coisas como: “eu não esperava isso de vc”. O receio que se têm do universo felino então desmascara a fraqueza do homem.

Ainda assim acredito que a maior fraqueza não esteja em fazer previsões e criar conceitos, mas esteja no desejo constante de mudança interna enquanto não aceitamos a mudança interna do outro. Volto a hipocrisia, não?

Enfim, cada vez mais fico com os felinos. Ainda que eu profetize sobre os que me rodeiam, prefiro aceitar as surpresas. Prefiro ser arisca quando me convém, prefiro ser surpreendida com uma patada, com uma lambida, com um bote.

Entro no feriado com o desejo de surpresas. Surpresas dos felinos e, principalmente, das pessoas.

11 de junho de 2006

Minha máscara caiu.

Queria sumir e me esconder, mas no fundo o desejo de esconderijo é mais para ser encontrada e não para fugir. Pq existe o desejo do encontro?

Que incoerência minha máscara guarda? Logo eu que não gosto de máscara, mas que acabo usando-a tanto quanto odeio ver as pessoas usarem...

Quanta hipocrisia meu peito conserva, enquanto, ainda hipócrita, critico a hipocrisia alheia.

Quando disseram “olhe para o seu rabo” estavam certos, e estou eu cá comparando o meu rabinho ao rabinho dos outros.

Mas ainda assim perdi o foco, como sempre.

Sumir não é querer aparecer, sumir é mostrar que desisti. Não desisti das pessoas, desisti da dificuldade que até eu tenho de conviver comigo.

Cansei da mulher enfadonha que eu acordo pela manha e deixo tomar forma.

Cansei dessa hipócrita que veio junto com a máscara que comprei na feira das vaidades.

Ainda assim pq fugir do mundo se é ele que quero encontrar?

Onde está a coerência das idéias?

O desejo mascara (olha a máscara de novo) que a esperança de ser encontrada não morreu.

Mas o desejo não é de amor, homem não me apetece agora.

O desejo é de “não estás só”.

Enfim, o desejo ainda mora aqui.

31 de maio de 2006

Memória


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.


Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.


As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.


Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

(Drummond de Andrade)


E você ficou e há de ficar, porque toda história há de terminar.

23 de maio de 2006

Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança ainda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais
E, se torna, não tornam as idades.

Razão é já, ó anos, que vos vades,
Porque estes tão ligeiros que passais,
Nem todos pera um gosto são iguais,
Nem sempre são conformes as vontades.

Aquilo a que já quis é tão mudado
Que quase é outra cousa; porque os dias
Têm o primeiro gosto já danado.

Esperanças de novas alegrias
Não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
Que do contentamento são espias.



Na companhia das Saudades de Camões, só não consigo sentir saudades da saudades, porque do resto, meu peito sente. Não chora, mas sente. Não revive em memórias, pois quer estar atento ao presente, de mãos dadas com a esperança de a saudade um dia acabar.

15 de maio de 2006




"Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer"
(Cesário Verde)





Moro no Rio de Janeiro, cidade das praias, do sol, do calor e dos bandidos megalomaníacos. Minha janela me dá uma vista linda... Vejo o Cristo abençoando minha manhã, vejo a ponte Rio-Niterói, vejo o castelo da FioCruz, mas também vejo o morro da Mangueira, morro do Borel e alguns outros que nunca lembro quem é quem.


Esse universo, depois de alguns anos, se confunde com a impressão de normalidade, por isso o universo do crime ganhou as ruas e infelizmente nos acostumamos com a loucura do bang-bang carioca. Mas tudo passou dos limites quando na minha pacata Santos houve a megalomania dos presos e seus colaboradores, fazendo minha família entrar em pânico. Quem diria que a linda Santos viveria isso? Foi então que percebi que meu universo é conturbado, que meus dias as vezes são cinzas, que meus olhos não mais confundem tiros no ceu escuro com estrelas cadentes.


Não sei se a Utopia de dias melhores merece destaque. Talvez o fato de eu pensá-la como utópica já denuncia meus pensamentos. Ainda que tudo sempre pode piorar e agravar nosso desanimo, talvez tudo também possa melhorar e por isso acredito na utopia de um Brasil melhor. Não precisamos de mais dinheiro, basta uma coisinha: virtude. Virtudes desde o Presidente ao aviãozinho do tráfico. São as virtudes da lei de Deus que nos salvam, mas quem conseguirá trazê-las e implantá-las nesse mundo? Só o tempo vai responder.


Enquanto isso faço meu dever de casa e passo a desenvolver as minhas, dar o exemplo será que já não é ajudar? Vou descobrir.... Descobrirei na companhia de Mário Quintana....



Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!

não é motivo para não querê-las.

Que tristes os caminhos, se não fora

a mágica presença das estrelas!

8 de maio de 2006

Dando vazão ao pensamento


Agora acredito de fato que existam duas realidades em mim: a personalidade e a individualidade. A personalidade é essa que vive, que interage, que constrói (e muitas vezes destrói) e que se amplia. Enquanto que a individualidade é aquele âmago, aquele inconsciente mais que consciente que dita as mensagens mais sublimes, que é sempre ponderada, que sabe retirar o melhor de cada situação.

Essa conclusão pode parecer pueril e ínfima, mas ela preenche um questionamento que me acompanha de longa data. A muito eu pensava que habitava em mim um vazio. Vazio este que era quase que único companheiro. Ele se ampliava nos momentos mais contraditório, ele tomava forma e cores que eu não conseguia acreditar. Não acreditava mais ainda que tudo aquilo fazia parte de mim. Depois de eu quase sucumbir àquela imensidão de poder, comecei a refletir sobre sua existência. Por que havia um vazio tão grande no meu peito? Por que o desejo de morte batia a porta? Por que a insegurança corroia minhas vísceras? Nem eu mais me dava conta; e a resposta conseguiu ser mais impactante que as pergunta que a geraram.

Eu mentia para mim. Mentia consistentemente, mentia diariamente, mentia sobre tudo e qualquer mínimo detalhe que passava diante de meus olhos. Eu recriava a realidade, que de tão irreal deixava de ser realidade e se tornava fantasia. Comecei a viver num conto de fadas onde não havia Cinderela, branca de neve, príncipes ou anões, existiam apenas fadas, bruxas, feitiços, sapatinhos vermelhos que me levariam para o caminho de casa.

Aos poucos (graças a Deus foi aos poucos) consegui perceber que eu vestia uma mascara que escondia quem eu era. Eu mentia para mim porque não acreditava que eu era tão boa quanto imaginava ser. Eu queria o grande título de rainha do qualquer coisa, quando não via meus títulos de princesa nas coisas relevantes. Eu escondia o que havia de melhor achando que o melhor era aquilo que eu não tinha. A mentira era tão grande que as pessoas percebiam isso com muita facilidade, enquanto a fada dos sonhos que vos narra a história não conseguia ver nem com a ajuda de muitos espelhos.

Mas a esperança nunca se perde. Foi aquela individualidade, guardadinha lá dentro, mas não menos importante, que criou o vazio. Ela criou o vazio para que esse crescesse e engolisse a personalidade hipócrita que crescia. Ela esperou com muita paciência e serenidade para que tudo acontecesse como planejado. E assim aconteceu. A personalidade sucumbiu na sua podridão de mentiras, de fantasias e de hipocrisias.

Agora reina o vazio. Não vazio de consciência, mas de sentimentos. A individualidade começa a construir um novo por vir. Mas este virá com mais confiança, porém com mais humildade; com mais perseverança, porém com mais serenidade; e, acima de tudo, com mais amor. Amor ao que me cerca, ao que me uno para ser alguém melhor, ao que me uno para evoluir.

Se ela vai ter sucesso? Não posso garantir, mas é certo que, se o sucesso não vier, ela começa tudo de novo. O ciclo da vida interna não se encerra, só se expande.

30 de março de 2006

Some post-it could reveal


Algumas coisas nós relevamos sem perceber. Revelamos, na maioria das vezes para nós mesmos. Parece que existem duas pessoas em mim. Uma que vive, que fala, que interage com o mundo; outra está presa lá dentro, não é ouvida nem percebida. Mas essa pessoa lá dentro não tem o véu do orgulho, da vaidade, do ciumes cobrindo o seu olhar. Por isso esta encherga muito melhor que a primeira pessoa.

Aí ela tentar dizer o que de fato está acontecendo no mundo a volta, enquanto a pessoa daqui de fora nem se atenta para isso e continua cega, ou parcialmente cega, por seu falso moralismo. Por isso a pessoa lá de dentro grita, se irrita, chora, enquanto a pessoa de fora só pensa "tem alguma coisa estranha em mim, mas o quê?".

Agora a pessoa lá de dentro descobriu uma tática. Ela se deixa levar pelo entusiasmo da de fora, mas na hora da exaltação ela deixa uma palavra solta, uma lágrima perdida num pensamento, uma imagem de algo que de princípio não quer dizer nada.

Só então essa pessoa limitada de fora percebe que não está só. Mas isso não é motivo pra ser feliz, pq a pessoa de dentro não existe para aplaudir a hipocrisia, mas para dizer onde está errado, quando tem que mudar tudo.

E essa pessoa lá dentro só me diz: " morrer é muito fácil, vc já tentou viver pra descobrir onde Deus planta as dificuldades?". E o que dizer agora? Ela tá certa enquanto eu fico aqui, lamentando uma dificuldade que não existe, uma vida que não existe, lamentando um amor que nunca existiu, uma amizade que não passou de 'bom dia', um coração que não tem nada além de uma rachadura.

Mas a unica dúvida que fica em mim é: será que vou sempre ouvi-la? Ou fecharei meus olhos de novo?

15 de março de 2006

O repouso do sonho


Queria no fim da vida, descansar como o Deus, sonhar como os anjos e sorrir como as fadas.

Só eles me fizeram entender que a dor eleva, que o amor cura, que Deus sempre ilumina.

A vida me obrigou a descansar, então escolhi o recanto da paz que mora em meu peito, mas que se compraz naquilo que vejo.

Acabei de ver Deus, e ele era assim....

Posted by Picasa

9 de março de 2006

Quiçá

A certeza é um sentimento estranho. Estranho pelo simples fato de não se definir com grandes explicações. Ela existe apenas. Assemelha-se a fé, que só existe para quem a possui, para quem a domina, para quem se submete a ela.


Assim me sinto em relação a essa certeza. Uma certeza muitas vezes sombria e triste de que um dia, no fim dos meus dias, vou morrer sozinha, sem amigos, sem marido, sem filhos, sem pais, sem casa, sem cachorro nem gato, sozinha numa sarjeta distante do mundo, distanciada por uma dor profunda, por um rancor...


Da mesma maneira que existe a fé em coisas que não fazem bem ao crente, essa certeza pode ser a pedra que me prende ao fundo do poço. Pode ser essa certeza que não me permita respirar, que não me permita sair do poço. Até aí, nada conclusivo e nada interessante. O que me intriga de fato é: como me liberto dela?


O nó da corda está escondido nos confins do meu ser, um nó cego para o amor, cego para os sorrisos que recebo, cego para o fim da dor. E agora? E agora?....


O nó não me machuca mais, só me machuca pensar que ainda não sei como desatá-lo. Espero descobrir a tempo, a tempo de eu não me afogar na lama da dor, na lama do coração corrompido de rancor.

14 de fevereiro de 2006

Quem sabe, um dia....

Estava eu a pensar. Quem sabe, num dia triste, taciturno, de nuvens caídas e sol fugidio, eu possa admitir que já falei "quero morrer". Mas hoje não. Hoje quero tirar a mascara "to feliz" do armário e dizer "nem to ligando". Quem sabe eu consiga guardar a lágrima lá no quintal do coração.

Em alguns momentos a dor é forte, fria, impessoal; nesses momentos fico a pensar se devo dizer isso a alguém. Quem sabe a um desconhecido, que não teve tempo de se cansar das lamúrias da mais nova amiga, talvez ele não me julgue.


Ainda guardo uma esperança no meio dessa lama, a esperança de ver o céu ensolarado, de não enxergar mais nuvens, de ler "previsão de calor humano nos próximos dias". Essa esperança me faz não dizer mais o pecado que já disse, me faz não dizer "quero-me ir...”.

Agora quero ficar, quero esperar o sol sorrir e a música da alma tocar... Apenas esperança...

2 de fevereiro de 2006

Exactly how i feel

Sinking Sand


I am in sinking sand
Crying for help
People are pointing and laughing at me
People are cheering and clapping
As I sink deeper and deeper


People walk away
My life, flashes before my eyes
I have nothing to live for
I have never been truly loved


Only my head above the sand
One person stands before me
The person pushes my head down
I am now the dead
Nobody shows up at my funeral


God takes me away forever
I am the dead, never bee loved
Never had a chance


Gone forever....


(taken from a other blog that i don't remember)

Quando a cor descolore


Let the tear fall, only this can fill a last soul.

26 de janeiro de 2006

Na cozinha dos sonhos

Estou cozinhando numa sexta-feira, fazendo um almoço regado a Pontes de Madison na TV e quando aquela bela mulher diz "Ele me faz ser uma mulher que eu não reconheço, mas cada vez me sinto mais eu" acabei tendo um flash de idéias, como se o meu molho na panela borbulhasse com uma pitada dos meus sonhos.

Foi então que percebi que minha visão não tinha mais cor, não tinha mais azuis, rosas e amarelos, mas apenas uma gradação de cinzas que, por encanto, fizeram meu coração sorrir. Somente então descobri um segredo que escondi de mim mesma, as cores nunca me fizeram fascinada. Elas nada mais são que criações de uma outra pessoa que tenta incessantemente me fascinar, mas nada consegue.

Por alguns instantes revirei minha memória, minhas fotos, minhas principais recordações e talvez tenha me decepcionado comigo por poucos segundos. Nada na minha mente tem cor. Ainda que eu as reconheça, não fazem parte de uma memória emocional. Como se o que entrasse no hall dos memoráveis fossem apenas o preto, branco e os irmãos cinzas.

Poderia ter me decepcionado mais, porém um novo olhar trouxe o orgulho. Só então eu vi que as principais recordações são de gestos. Não lembro a cor do pôr do sol de um dia, mas lembro do sorriso que ganhei naquele momento, lembro do toque de uma mão na minha, lembro de uma lágrima de alegria correr uma bela face, lembro de isso ser mais importante que as cores do pôr do sol.

Ainda tento entender minhas preferências, mas certamente me orgulho de conseguir ver além do contorno, cada gesto é transcrito numa palavra, num sentimento e são esses que registro. Não conseguiria me exaltar a ponto de dizer "tenho olhos pra ver", não sou tão boa assim. Mas já não me satisfaço com o embrulho dos presentes de Deus, quero a essência, essa pode me fascinar.

9 de janeiro de 2006

Mais uma mensagem no muro das lamentações

Se um dia a vida parasse e houvesse a possibilidade de uma reflexão, será que eu conseguiria mensurar tudo que vivi, pensei, senti, gostei, argumentei, briguei? Ainda assim penso que o melhor não seria mensurar, mas saber pescar na vida apenas o bom, apenas o proveitoso. Acho que eu não fiz isso. Pelo menos não quanto deveria. Errei, pequei, machuquei, briguei, xinguei, traí, fiz chorar... Mas só depois de muito tempo, quando a ferida dos outros já se tornara uma cicatriz antiga, eu comecei a lembrar do que fiz. Talvez eu deveria ter despertado para meus atos um tanto antes. Entretanto, penso cá que esse pode ser o melhor momento. Agora, mais séria, mais madura, mais experiente, posso ter uma análise melhor e mais coerente.

Ainda assim, quando olhamos para trás depois de um longo período a miopia da alma não nos permite ter a imagem correta, guardamos apenas o que nos marcou mais e talvez isso não seja o mais importante do que se passou. Às vezes o que não vemos, o que não percebemos, é o que mais surte efeito no próximo.

Enfim, tenho medo de pensar nas dores que causei, mas só assim vou aprender a causá-las cada vez menos, preciso delas para perceber o que sou para os que me cercam. Quantas coisas precisamos fazer ou ter e não queremos?... Essa será apenas mais uma

5 de janeiro de 2006

Tédio oculto!

I'm tired to be alive,
I'm tired to be the same
I'm tired to always say
The love isn't true!

Nenhum amor ou livro é capaz de estinguir o cansaço do coração. O cansaço de amar e viver em função de ocupações que nunca trazem mais do que meia duzia de pensamentos. Não quero desejar mais alguma coisa, não quero uma ambição de grandes eventos, mas admito: Seriam bem vindos...


Agora a ocupação abre um abismo de lágrimas, não sei se chorar resolve, mas certamente anima. Sim, anima sim! Anima ao ponto de dar vontade de subir de volta ao mundo dos "normais" e acreditar que finjo ser algo de bom, ou pelo menos pareço.

Retorno ao abismo de silêncio, nem minha voz ecoa mais... Mas um dia volto, quando abrir os olhos eu volto...