31 de janeiro de 2009

Infundadas pérolas

Para ler ouvindo : Eu não sei dançar - Marina Lima



Se um dia, somente nesse dia
Algum homem, tolo eu diria
Atrevesse-se a me amar
Talvez esse mundo canhoto
Sem cor, sem rosto
Sorriria, ainda que sem foco
Choraria, por alguns segundos
Morreria, sem ao menos perceber



Por maior que seja a dor
-Dor infundada, boba, perdida -
Não se encontra a razão,
A tal que explique o aperto,
Essa facada no peito.



Não é bem o vazio,
Nem a velha solidão.
É a tristeza, dona de mim,
Que tira essas quimeras,
As toma do meu peito.



Pérolas divinas me rodeiam,
Escorrem pela minha face,
Inundam meu peito, se multiplicam,
Vieram do aperto, da dor perdida,
Que me toma aos poucos, todos os dias...

10 de janeiro de 2009

2008.2, o retorno!





Djavan ao fundo
Sorrisos ao meu redor
Pouca luz, aroma de férias
Um reveillon diferente, definitivamente


Não houve resoluções do ano
Não houve pensamento positivo
Não houve metas criadas
Não houve páginas viradas


Primeiro ano num rumo diferente
Ano em que o rumo não mudou
Primeiro ano com pensamento diferente
Ano em que o pensamento se achou


Encontrei pela primeira vez a paz
A sensação de um ano bem vivido
Ano em que não mudei rumos
E estes naturalmente se modificaram


Agora entendo que curso de vida não precisa de mudanças bruscas, tudo muda da maneira que deve mudar, sutilmente, sem dores. Muita coisa se passou, muita agua desagou no mar se fim, muita agua demorará muito para passar debaixo dessa ponte de novo, mas nada foi dolorido. Nada foi sofrido.


Primeira vez - sim, foi a primeira genuinamente - que não senti o desejo insano de me mudar, de me arrepender, de fugir de tudo que fiz. Primeira vez que tenho orgulho de mim, de meus atos, de meus amores, de minhas palavras ou até mesmo do meu silêncio oportuno.


Felicidade de olhar para um ano inteiro e pensar que ele é a continuação do anterior e não uma nova vida. Enfim, aprendi que a vida é só uma. Não posso viver querendo recomeçar sempre, pois a memória das derrotas nunca me abandonará. Aprendi a levar a frente tudo que tenho e continuarei vivendo com essas memórias, com as certezas de que sou melhor que ontem.


To longe da perfeição, não sou compreendida por ninguém. Quando resolvo abrir a boca e contar quem eu realmente sou e tudo que já fiz, sempre vejo um olhar de reprovação. Por isso, agora guardo para mim, aprendi a sorrir sempre e mostrar cada vez menos.


Se eu posso dizer que existe um foco para 2009 é a decisão de colocar os outros como centro das conversas e não eu. Não entenderiam quem eu sou e nem me importo mais. Só importa chegar em casa com uma boa lembrança dos encontros, e isso me basta.


Sendo assim, feliz 2008.2 para mim!