26 de dezembro de 2008
Celebrando lembranças
10 de novembro de 2008
Preguiça
19 de outubro de 2008
Fantasma
7 de outubro de 2008
Realidade
27 de agosto de 2008
Identidade
16 de agosto de 2008
Tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar....
O chão do meu quarto
É feito de lágrima.
A parede do meu quarto
É feita de grito.
O teto do meu quarto
É feito de pensamento.
A porta do meu quarto
É feita de solidão.
Meu quarto é um fator endógeno:
Um grande exílio sem anistia,
É enfim a nata visionária
De uma princesa que velejou
Nas cinzas do carnaval.
Meu quarto
É um coração impuro,
Na verdade morto
Pelo tempo sujo
Cujo silêncio é festa .
12 de agosto de 2008
Momentos
O momento é exatamente esse. Tenho milhões de coisas a fazer mas não consigo cumpri-las pq só penso em uma coisa: meu avô.
Neste exato momento, ele está numa cama de hospital, com a "promessa" de que não viverá mais do que algumas horas. Pois é, duro assim.
Pq a promissidade da morte de um avô, doente a algum tempo, e bem mais velho do que se espera pode afetar alguém? Pq a morte é algo tão estranho?
Acho que pra cada pessoa pode haver motivos diferentes.... Para cada um existem possibilidades infinitas. Mas para mim a razão é alarmante.
É a primeira proximidade da morte que me afeta efetivamente. Vi meu outro avô morrer aos meus 16 anos, vim minha madrinha morrer nos meus 14 anos. Mas é a primeira vez q analizo friamente tudo q rodeia meu avô, todas as questões emocionais e financeiras.
Descobri algo triste sobre mim. Sua morte se aproximando me faz pensar q não fui a neta q eu gostaria de ter sido. Isso me faz pensar que eu, boba q sou, sempre sou muito dura, me afasto muito, falo pouco de meus sentimentos... E agora, com meu avô doente, em outra cidade, me faz pensar que ele vai morrer e eu não vou ter dito milhões de coisas que queria ter dito.
Não vou poder falar e mostrar coisas pq fui incapaz de busca-lo quando ainda era possível e travar a relação que eu gostaria de ter tido.
Agora, fico eu cá, com um peito apertado, olhos mareados, ofegante e pensando que não sei tratar como gostaria as pessoas que amo... Algo precisa ser modificado a tempo, antes de eu me arrepender de muitas relações.
Isso não foi um post em um blog... Isso foi um vômito emocional... Um choro virtual, q desde já não queria ter feito. Mas esse espaço me permite dizer tudo q quero. E assim vai ser....
E pensamento nele.... Só queria ter conseguido dizer o quando gosto dele... só isso...
É essa a imagem q vai ficar... Ou aquela foto em q vc me levantou no colo, num carnaval, eu fantasiada e vc rindo de mim... Não quero lembrar do q vi naquela cama....
11 de agosto de 2008
Ilusões
Sou filha única, boa parte da minha vida vivi sozinha. Quem lê um pouco disso aqui sabe do meu romance com a solidão.
Mas descobri coisas muito ruins na companhia compulsiva que me fizeram voltar para a solidão.
Não tem algo q me incomode mais do que aquele grupo de pessoas q vive tão próximo q passam a dizer tudo q vivem entre si, umas para as outras.
Explico! Três amigos, dois se desentendem e um deles conta para o terceiro. O terceiro resolve opinar e aí aquele primeiro q não queria q o terceiro soubesse, se chateia com o q contou (piorando o desentendimento) e com aquele terceiro q resolveu questionar e se meter.
Isso foi um caso simplificado com apenas três pessoas. Imagine dez pessoas vivendo dessa maneira, quinze ou talvez vinte. É uma tremenda novela q mistura mexicanos com italianos. Posso falar alto e me exaltar, mas na política social estou mais para os ingleses.
Por isso, não sinto falta de muita coisa q se passou na minha vida, desde o primeiro grupo próximo demais, aos 15 anos.
Sendo assim, estou criando um novo objetivo. Coexistir sem depender, sem sufocar, sem viver em conjunto. Talvez seja a relação mais saudável para se ver e, surpreendentemente, a mais difícil de se encontrar...
Vou deixar a solidão aqui até isso acontecer...
20 de julho de 2008
Desabafo
18 de julho de 2008
Família
12 de julho de 2008
Adaptação
Na verdade, cabe pensar primeiramente o que é insano. Flagrei-me pensando nessa questão ao ouvir discussões calorosas sobre pedofilia e zoofilia.
Mas isso me levou ao mais "normal". E as pessoas que tem desejos compulsivos de permanecer buscando parceiros com o mesmo perfil, ainda que todos eles dêem errado da mesma maneira.
Percebi minha relação nas amizades então. Descobri uma mudança, um divisor de águas em algumas coisas. Tenho amigos de ambos os sexos, como muitos. Descobri que passei a escolher amigos do sexo masculino diferentes de uns anos para cá. O que mostra que me livrei de algo errado, pois essas amizades me constroem mais do eu imaginara.
Em contra partida, as amizades do sexo feminino tendem ao doentio. Se alguma amiga ler isso, não levo para o lado pessoal. Explico o porquê. Eu não sei viver com mulheres. Aproximo de mim sempre dois tipos de mulheres: as que me intimidam ou as que desprezo. Existem sim mulheres com quem me relaciono de igual pra igual, mas descobri que aquelas que estão perto de mim caem nesses dois perfis.
E, claro, comparei com os homens. Com eles, tenho uma relação de igual para igual. Eles não me intimidam (exceto, claro, aqueles por quem me apaixono..rs), não os desprezo. Sempre me sinto no mesmo nível, o que sempre me permitiu ter relações amorosas relativamente saudáveis.
Enquanto isso, com as mulheres nunca foi assim. Todos os dias me surpreendo com elas. São estranhas a mim, intensas quando menos espero, tristes demais em momentos surpreendentes e cansativas em muitos momentos. Mas tudo isso pode ser tranquilamente contornado.
A unica coisa que não entendo é a necessidade de competir. Cresci ouvindo que homens são competitivos, que lutam sempre pelo mesmo objetivo e podem ser desleais. Descobri o contrário. Homens são tremendamente corporativos, o que me faz admira-los ainda mais. Porém, as mulheres são insuportavelmente sórdidas. Falsas e costumam falar mais pelas costas do que cara a cara.
Sinceramente, perdi o desejo de compreender isso. Mas ainda estou em busca de uma maneira de não me afetar por isso. É absolutamente insuportável. Se uma mulher ler isso, entenda: deixe de ser competitiva!
Pode parecer mero blá blá blá. mas para quem tem uma mãe que vive competindo com a filha pela atenção do seu marido, essa relação pode tirar do sério qualquer pessoa. Pq uma amiga, que teve seu namorado apresentado pela sua amiga, quer excluí-la da vida do seu amado e tomar o lugar da amiga. Isso e muitas outras coisas que tenho que aturar calada. Tenho que conviver sem me pronunciar. E isso sim, é enlouquecedor.
Logo, declaro aos céus, faça-me homem na proxima vida. E um homem homossexual, para que viva com outros homens, ame os homens e seja homem e tenha amigos homens. Pois "the women sucks!".
Mais uma sessão de terapia semana que vem para tentar resolver isso.
30 de junho de 2008
Flor
2 de junho de 2008
Lama minha
Amargura de pensar nos outros
Tristeza em ver tão pouco
Sorrir por mera educação
Preencher-me da solidão
Por mais que tente, e tento
Ver veracidade nos atos alheios
Vejo mentiras e maus tratos
Corações tão feios
Desdem, indiferença, rancor
Vingança, fofoca, desamor
Tudo que não há sentido
Se torna um eterno castigo
Almas vagam no limbo
de podridão dos sentimentos
podendo ser mais que muito
escolhem ser um adendo
a acolhida é a solitude
vagar pela lama humana
chorar as dores a muide
da podridão humana.
Nunca foi tão dificil conviver com os outros.... O mundo é cada vez mais doentio, mais feio, mais triste.... O braço fica cansado de nadar contra a maré.... Um dia a gente simplismente.... Deixa o barco a deriva.....
21 de maio de 2008
Ressentir
De funções inumeras
Enquato a contante não muda
A solidão é o termo independente
Variável q não varia
Função que não termina
Com ou sem assintota
Nada mais me ilumina
Pois a vida assim me guia
Terminando sempre inconclusiva
Só basta dizer:
"Seja Bem vinda!
De novo".
24 de março de 2008
Longe....
7 de fevereiro de 2008
Chega de Saudade
Num verão atípico, com chuvas de mais e sol de menos, faço uma bela viagem quase todas as manhãs. Uma empreitada matemática me obriga a sair da pacata tijuca e seguir ao poético jardim botânico.
Há quem diga que tenho azar, efeito do tempo perdido, do sono escasso e da entediante viagem. Percebi a sorte de poder fazer durante as manhãs de férias.
Sair da tijuca já é a benção. Sua poesia é dura e pouco amável. Ela está mais para uma prosa realista da vida da classe médica carioca.
Porém, ela consegue ser superada pela pobreza do Estácio. Sempre lembro de Luiz Melodia dizendo para matá-lo de amor por lá. O Estácio é que precisa de muito amor, terra maltratada.
A certeza de um sorriso vem com a chegada da Lapa. Sua magia não é boêmia, é apenas poesia da mais pura liberdade carioca. Passar por aquele engarrafamento não dói, nem se sente.
Passar pelos arcos é o clímax. Não do que se passou, mas a certeza do que está por vir. Os lindos jardins, parques e estátuas da inebriante zona sul.
Quando adormece, a brisa do Flamengo me acorda nesse trecho. Quando passo pelo Hotel Glória, o carro abre-alas da arquitetura do Flamengo retro.
Isso só é superado pelas estátuas da praia de Botafogo que me fazem lembrar de olhar mais a frente e ver o pão de açúcar resplandecendo a enseada.
Parece que meu player combina com Deus os movimentos e sempre toca João Gilberto enquanto subo a São Clemente, me fazendo cantar chega de saudade, ao lembrar daquela enseada estampada nos meus olhos.
Os carros lentos no Humaitá não me incomodam, eles são a certeza da proximidade com o Jardim Botânico, a certeza de que a Lagoa sempre está lá, para nos acompanhar as escondidas.
Só então, ao subir a rua Jardim Botânico, me distraio com os graffitis nos muros e lembro que chego ao novo ápice: o Parque Lage a abençoar todos nós, e infelizmente, os prédios da rede globo a atrapalhar a paisagem.
Chegamos ao destino, sigo para o Horto, com a companhia do jardim ao meu lado, perfumando o caminho e acalmando meu coração.
No ponto final, a tristeza de ver a ladeira que ainda subirei é esquecida, vejo sempre o mesmo beija-flor a me saldar as belas manhãs cariocas.
Bom Dia Rio de Janeiro.