7 de fevereiro de 2015

Resenha para Tigre ler - Poesia




Meu blog sempre foi o cantinho onde eu escondia minhas entranhas, que poucos, muito poucos, conhecem, mas o desafio literário do tigre me fez voltar a olhar para o blog, voltar a olhar para os livros com o olhar carinhoso e pensar que eu poderia sim mudar o formato do blog quando bem quisesse. 

O desafio consiste em ler os livros que atendam aos temas no prazo de um ano. Tem-se a liberdade de escolher o que quiser ler e me dei a liberdade de ler quantos eu quiser dentro de cada tema...rs

Meu mês de janeiro foi corrido e comecei a ler em fevereiro, mas quando vi o post da Tigre li sobre as pessoas reclamando do tema Poesia. Q doido, pois é, de longe, o tema que mais amo, mas cada um tem seu estilo favorito.

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Apesar de eu gostar da maneira de pensar do Gregório, eu estava receosa com o que leria. Acreditei que ele seria mais forte nas crônicas, mas me surpreendi positivamente perto do que eu esperava.

O livro tem duas seções, uma chamada cartografia afetiva e outra aprender a gostar muito, nessa ordem. Começar pela Cartografia afetiva foi um carinho inesperado na alma carioca. O livro mostra claramente que ele viveu a mesma época que eu e foi delicioso ver sua poesia arranhando nas pedras portuguesas da cidade e me fazendo sentir a frequente brisa do fim de tarde de Copacabana no outono.

Quanto a segunda parte, quando já cheguei com medo do livro ficar monotemático quando aos ares cariocas - que são maravilhosos para mim, mas podem restringir os leitores -, ele resolve falar de amor e sua proporção no mundo. O texto é muito pessoal, mas não somos tão extraterrestres diferentes assim e sentimos o compasso do nosso mundinho seguindo junto com o dele.

Poeta de verdade já escreveu alguma coisa sobre amor, pq é esse sentimento que nos transforma mais do que qualquer outro. Mas cada poeta fala de uma maneira e ele fala de amor como o vemos, com certa inocência, como quem parece apaixonado pela namorada de escola, muito diferente de um Vinícius de Moraes que vivem nos mesmos ares cariocas, mas era um safado que só se perdia de amor pq gostava de se perder e não pq exatamente era refém dessa vivência. 

Não digo que seja ruim ver a inocência do Gregório, mas é bonito de se ver. Quando o homem ainda olha pro mundo temeroso e maravilhado é quando tenho mais prazer em ouvir suas impressões. 


Enfim, um livro fresco, suave, definitivamente carioca, mas verdadeiro e muito honesto. Ele ainda tem muito o que crescer, mas quem disse que estilo e rebuscamento fazem o poeta? É de intensidade e veracidade que o leitor de poesia quer encher os olhos e o coração.

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